Fecho o livro Sozinha, de Márcia Leite, com o sentimento de Sozinha.
Fecho o livro e retorno: impulsivamente reabro-o várias vezes para rever algum detalhe, discutir qual era mesmo a idade da Jú, se dezessete ou dezoito. Com a desculpa talvez de querer saber um pouco mais do livro? Ou da Jú, ou da Márcia. Afinal, de quem foi a responsabilidade de fazer chegar até nós a solidão (ou solitude) de Júlia.
Não sei se conseguirei deixar o livro fechado, ou melhor, as cartas fechadas, envelopadas, afastadas de meus olhos. Porque sempre há mais um motivo para reabri-lo. Ou para não querer deixar de ser uma testemunha, uma espiã - observando pelo buraco da fechadura do coração de Júlia tudo que ali se passava, causando-me, por vezes, um tanto de constrangimento tal intimidade que rapidamente se instalara. Ou ainda, nessa desculpa, permanecer em contato com meus próprios sufocos e desassossegos frente à impermanência da vida a que estamos sujeitos, numa forma de recostar minha cabeça no ombro amigo de alguém que passa ou passou, pela experiência da morte e do vazio. Experiência que faz parte da minha vida e que sempre me espreita, espreita a todos.
Com as mãos indecisas fecho o livro, devolvo seu invólucro secreto às cartas cheias de filha de Júlia. Ela, à procura de uma cumplicidade. Eu, no encontro com esta através da busca de Jú. Mas devo fechá-lo pois preciso abrir outros livros, outras notícias, outras cartas.
Adormeço as páginas de Sozinha, de Márcia Leite, com o coração escancarado, com os olhos da alma úmidos, lágrimas que chorei por dentro. Sozinha, como há de ser.
Fecho o livro e retorno: impulsivamente reabro-o várias vezes para rever algum detalhe, discutir qual era mesmo a idade da Jú, se dezessete ou dezoito. Com a desculpa talvez de querer saber um pouco mais do livro? Ou da Jú, ou da Márcia. Afinal, de quem foi a responsabilidade de fazer chegar até nós a solidão (ou solitude) de Júlia.
Não sei se conseguirei deixar o livro fechado, ou melhor, as cartas fechadas, envelopadas, afastadas de meus olhos. Porque sempre há mais um motivo para reabri-lo. Ou para não querer deixar de ser uma testemunha, uma espiã - observando pelo buraco da fechadura do coração de Júlia tudo que ali se passava, causando-me, por vezes, um tanto de constrangimento tal intimidade que rapidamente se instalara. Ou ainda, nessa desculpa, permanecer em contato com meus próprios sufocos e desassossegos frente à impermanência da vida a que estamos sujeitos, numa forma de recostar minha cabeça no ombro amigo de alguém que passa ou passou, pela experiência da morte e do vazio. Experiência que faz parte da minha vida e que sempre me espreita, espreita a todos.
Com as mãos indecisas fecho o livro, devolvo seu invólucro secreto às cartas cheias de filha de Júlia. Ela, à procura de uma cumplicidade. Eu, no encontro com esta através da busca de Jú. Mas devo fechá-lo pois preciso abrir outros livros, outras notícias, outras cartas.
Adormeço as páginas de Sozinha, de Márcia Leite, com o coração escancarado, com os olhos da alma úmidos, lágrimas que chorei por dentro. Sozinha, como há de ser.
Por Angela Hofmann, nov / 2012.
Sozinha
Márcia Leite
Ed. Edelbra
2012
Um comentário:
Facebook Edelbra Editora:
"A obra Sozinha, da autora Márcia Leite e publicado pela Editora Edelbra, aborda um tema delicado na vida de qualquer um: a perda. Júlia, a personagem principal, precisa aprender a lidar com uma perda difícil, e precisará aprender sozinha. É sobre esse tema, e o impacto de sua leitura, que Angela Hofmann fala no blog Pincel e Nuvem. Confira o texto: http://bit.ly/1dnNDq5
#edelbra #literaturainfantojuvenil #sozinha
LINK: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=459595854160323&set=a.224898957630015.49515.224873330965911&type=1&theater
Postar um comentário