Postagem da Editora Mediação
Ângela Hofmann, autora do Livro "Yvy Porã Porau e o Rio de Mel", conta sobre a oportunidade que teve de conhecer uma Terra Indígena, em Viamão/RS.
Editora Mediação: Desde quando se dedica ao estudo e à pesquisa da cultura indígena? Como tudo começou?
Autora: Há doze anos atrás eu tive a oportunidade de conhecer a Terra Indígena Tekoá Nhundy, em Viamão-RS, através da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, onde cursava o Mestrado em Educação.
Naquele momento, os Guaraní desta tekoá tinham recentemente incluído a escola formal em sua aldeia, sendo este um tema de muitas conversas e discussões com o governo estadual. Em meio a estas questões de direitos indígenas e às políticas educacionais para suas escolas, eu me envolvi profundamente, identificando-me com suas lutas e tornando-me uma parceira delas.
Desenvolvi meu projeto e dissertação de mestrado com este tema, dialogando com a comunidade Guarani da Tekoá Nhundy, ouvindo desde os mais velhos até as mais jovens lideranças, passando pelas mulheres e professores indígenas. Registrei sua visão acerca da vivência e preservação da cultura, e de como desejavam que acontecesse a educação escolar indígena para suas crianças e jovens. Além da pesquisa qualitativa, a pesquisa teórica e histórica sobre a cultura indígena e, em especial, a Guarani, proporcionou meu aprofundamento e imersão no diálogo interétnico e intercultural.
Editora Mediação: O que despertou a sua paixão pelos povos indígenas?
Autora: Todo este envolvimento surgiu a partir de minha primeira visita naquela tekoá, onde a contemplação da altivez Guarani, da forte presença de sua cultura e língua vivas me tocaram. Os sorrisos das kyringue (crianças, em Guarani) arranjaram um jeito de fazer morada em mim. Percebi que aquele era um lugar de aprender, que poderia aprender muito com eles. Além disso, poderia multiplicar este conhecimento para além de minha experiência pessoal, para que outras pessoas, das mais diversas culturas, pudessem ter acesso. E que este processo resultasse em respeito e valorização da cultura indígena, numa relação recíproca.
Editora Mediação: Há quanto tempo está compondo textos voltados à literatura infantojuvenil?
Autora: Comecei a escrever textos voltados à literatura infantojuvenil em 2011. Fazem dois anos e meio que me propus a fazer um retiro literário, dispondo de um maior tempo para escrever e estruturar as várias histórias que estavam (e que continuam) vindo à minha mente.
Editora Mediação: Como foi escrever Yvy Porã Porau e o Rio de Mel? Qual foi sua inspiração?
Autora: Nasceu primeiramente como crônica, onde os temas da escassez e abundância já estavam presentes, bem como a participação xamânica da abelha no sonho da personagem principal, a qual introduziria mudanças naquela realidade. Depois houve uma segunda etapa: passados meses, inspirada fortemente pelos temas da generosidade e das sociedades indígenas emergentes, somados a um acúmulo de conhecimentos e vivências pessoais, retomei a ideia inicial, fiz alterações e desenvolvi toda a história em quatro dias. Para dar corpo e cores a esta ficção, ela foi ambientada numa terra indígena, a Yvy Porã (Terra Boa), com a inclusão de elementos culturais e expressões linguísticas das etnias de origem Tupi-Guarani e Guarani.
Autora: Há doze anos atrás eu tive a oportunidade de conhecer a Terra Indígena Tekoá Nhundy, em Viamão-RS, através da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, onde cursava o Mestrado em Educação.
Naquele momento, os Guaraní desta tekoá tinham recentemente incluído a escola formal em sua aldeia, sendo este um tema de muitas conversas e discussões com o governo estadual. Em meio a estas questões de direitos indígenas e às políticas educacionais para suas escolas, eu me envolvi profundamente, identificando-me com suas lutas e tornando-me uma parceira delas.
Desenvolvi meu projeto e dissertação de mestrado com este tema, dialogando com a comunidade Guarani da Tekoá Nhundy, ouvindo desde os mais velhos até as mais jovens lideranças, passando pelas mulheres e professores indígenas. Registrei sua visão acerca da vivência e preservação da cultura, e de como desejavam que acontecesse a educação escolar indígena para suas crianças e jovens. Além da pesquisa qualitativa, a pesquisa teórica e histórica sobre a cultura indígena e, em especial, a Guarani, proporcionou meu aprofundamento e imersão no diálogo interétnico e intercultural.
Editora Mediação: O que despertou a sua paixão pelos povos indígenas?
Autora: Todo este envolvimento surgiu a partir de minha primeira visita naquela tekoá, onde a contemplação da altivez Guarani, da forte presença de sua cultura e língua vivas me tocaram. Os sorrisos das kyringue (crianças, em Guarani) arranjaram um jeito de fazer morada em mim. Percebi que aquele era um lugar de aprender, que poderia aprender muito com eles. Além disso, poderia multiplicar este conhecimento para além de minha experiência pessoal, para que outras pessoas, das mais diversas culturas, pudessem ter acesso. E que este processo resultasse em respeito e valorização da cultura indígena, numa relação recíproca.
Editora Mediação: Há quanto tempo está compondo textos voltados à literatura infantojuvenil?
Autora: Comecei a escrever textos voltados à literatura infantojuvenil em 2011. Fazem dois anos e meio que me propus a fazer um retiro literário, dispondo de um maior tempo para escrever e estruturar as várias histórias que estavam (e que continuam) vindo à minha mente.
Editora Mediação: Como foi escrever Yvy Porã Porau e o Rio de Mel? Qual foi sua inspiração?
Autora: Nasceu primeiramente como crônica, onde os temas da escassez e abundância já estavam presentes, bem como a participação xamânica da abelha no sonho da personagem principal, a qual introduziria mudanças naquela realidade. Depois houve uma segunda etapa: passados meses, inspirada fortemente pelos temas da generosidade e das sociedades indígenas emergentes, somados a um acúmulo de conhecimentos e vivências pessoais, retomei a ideia inicial, fiz alterações e desenvolvi toda a história em quatro dias. Para dar corpo e cores a esta ficção, ela foi ambientada numa terra indígena, a Yvy Porã (Terra Boa), com a inclusão de elementos culturais e expressões linguísticas das etnias de origem Tupi-Guarani e Guarani.
Editora Mediação: Qual foi seu objetivo com a criação da obra?
Autora: Quis contar, através da escrita, uma história que teimou em me aparecer, assim como as muitas abelhas. E que foi se mostrando o quanto mais eu escrevia e deixava que meu olhos internos a enxergassem. E que desenhou-se completa à medida que me permiti misturar-me a ela, em meus próprios anseios e temores.
Gostaria muito que essa história, além de divertir e fazer sonhar, oferecesse ao leitor conhecimentos acerca dos povos indígenas e as sociedades indígenas emergentes, vivenciando através das personagens o poder transformador das relações de troca e reciprocidade.
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