quarta-feira, 18 de junho de 2014

CONCURSO PROSA NA ESTRADA - RS

2ª Edição do projeto Prosa na Estrada.

Cem mil folhetos com contos e crônicas de autores do Estado, selecionados em edital, estão circulando em ônibus intermunicipais por todo o Rio Grande do Sul.

"Da vida que não tive é tudo que sei", de Ângela Hofmann, foi um dos contos selecionados. O conto traduz em ficção as escutas, os espantos, a dor e as mudanças de rumo na vida de adolescentes e crianças, testemunhadas por sua professora.



Promoção: Instituto Estadual do Livro- IEL-RS , em parceria com a AGES AGES - Associação Gaúcha de Escritores, DAER e Evangraf, Celulose Rio-Grandense.

  • Lançamento do e-book Prosa na Estrada, 10 DE NOVEMBRO, ÀS 15h15, na Tenda de Pasárgada. 60ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE.

    O E-BOOK ESTARÁ DISPONÍVEL PARA QUEM QUISER BAIXAR GRATUITAMENTE, COM AUXÍLIO DA EQUIPE DO IEL.
Estima-se atingir 200 mil pessoas por mês

 Cerimônia de lançamento

CLIQUE: Fotos e reportagem do lançamento do Prosa na Estrada, junho de 2014.

Ônibus: leitura de conto. Governador Tarso Genro e escritores


Grupo com Governador e Secretário de Cultura Assis Brasil


Angela Hofmann e Lais Chaffe, diretora do IEL-RS

sábado, 14 de junho de 2014

Autógrafos "Yvy Porã Porau e o Rio de Mel", Livraria Cultura



Autógrafos do livro YVY PORÃ PORAU E O RIO DE MEL 
De Ângela Hofmann e ilustrações de Dane D'Angeli. 
Editora Mediação. Porto Alegre, 2014.
Livraria Cultura, Porto Alegre

Dane D'Angeli e Ângela Hofmann


Agradeço a presença e o carinho de tod@s que estiveram celebrando conosco o lançamento do livro "Yvy Porã Porau e o Rio de Mel". 

Agradeço também a tod@s amig@s que curtiram, compartilharam, repassaram, mandaram recados, mensagens, e-mails.

Seguem alguns momentos protagonizados pelas crianças, registrados por Márcia Hofmann e Manuel Estivalet.












Mais fotos em:

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Ilustrador de "Yvy Porã Porau e o Rio de Mel"

 O ilustrador de "Yvy Porã Porau e o Rio de Mel", Dane D'Angeli, em entrevista ao jornal Correio de Gravataí, no dia 22 de maio de 2014. 


quinta-feira, 1 de maio de 2014

Como surgiu "Yvy Porã Porau e o Rio de Mel". Entrevista à Editora Mediação


Postagem da Editora Mediação
Ângela Hofmann, autora do Livro "Yvy Porã Porau e o Rio de Mel", conta sobre a oportunidade que teve de conhecer uma Terra Indígena, em Viamão/RS. 
Leia a entrevista logo abaixo.


Editora Mediação:   Desde quando se dedica ao estudo e à pesquisa da cultura indígena? Como tudo começou?

Autora:   Há doze anos atrás eu tive a oportunidade de conhecer a Terra Indígena Tekoá Nhundy, em Viamão-RS, através da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, onde cursava o Mestrado em Educação.
Naquele momento, os Guaraní desta tekoá tinham recentemente incluído a escola formal em sua aldeia, sendo este um tema de muitas conversas e discussões com o governo estadual. Em meio a estas questões de direitos indígenas e às políticas educacionais para suas escolas, eu me envolvi profundamente, identificando-me com suas lutas e tornando-me uma parceira delas.
Desenvolvi meu projeto e dissertação de mestrado com este tema, dialogando com a comunidade Guarani da Tekoá Nhundy, ouvindo desde os mais velhos até as mais jovens lideranças, passando pelas mulheres e professores indígenas. Registrei sua visão acerca da vivência e preservação da cultura, e de como desejavam que acontecesse a educação escolar indígena para suas crianças e jovens. Além da pesquisa qualitativa, a pesquisa teórica e histórica sobre a cultura indígena e, em especial, a Guarani, proporcionou meu aprofundamento e imersão no diálogo interétnico e intercultural.

Editora Mediação:   O que despertou a sua paixão pelos povos indígenas?

Autora:   Todo este envolvimento surgiu a partir de minha primeira visita naquela tekoá, onde a contemplação da altivez Guarani, da forte presença de sua cultura e língua vivas me tocaram. Os sorrisos das kyringue (crianças, em Guarani) arranjaram um jeito de fazer morada em mim. Percebi que aquele era um lugar de aprender, que poderia aprender muito com eles. Além disso, poderia multiplicar este conhecimento para além de minha experiência pessoal, para que outras pessoas, das mais diversas culturas, pudessem ter acesso. E que este processo resultasse em respeito e valorização da cultura indígena, numa relação recíproca.

Editora Mediação:    Há quanto tempo está compondo textos voltados à literatura infantojuvenil?

Autora:   Comecei a escrever textos voltados à literatura infantojuvenil em 2011. Fazem dois anos e meio que me propus a fazer um retiro literário, dispondo de um maior tempo para escrever e estruturar as várias histórias que estavam (e que continuam) vindo à minha mente.

Editora Mediação:   Como foi escrever Yvy Porã Porau e o Rio de Mel? Qual foi sua inspiração?

Autora:    Nasceu primeiramente como crônica, onde os temas da escassez e abundância já estavam presentes, bem como a participação xamânica da abelha no sonho da personagem principal, a qual introduziria mudanças naquela realidade. Depois houve uma segunda etapa: passados meses, inspirada fortemente pelos temas da generosidade e das sociedades indígenas emergentes, somados a um acúmulo de conhecimentos e vivências pessoais, retomei a ideia inicial, fiz alterações e desenvolvi toda a história em quatro dias. Para dar corpo e cores a esta ficção, ela foi ambientada numa terra indígena, a Yvy Porã (Terra Boa), com a inclusão de elementos culturais e expressões linguísticas das etnias de origem Tupi-Guarani e Guarani. 

Editora Mediação:   Qual foi seu objetivo com a criação da obra?

Autora:    Quis contar, através da escrita, uma história que teimou em me aparecer, assim como as muitas abelhas. E que foi se mostrando o quanto mais eu escrevia e deixava que meu olhos internos a enxergassem. E que desenhou-se completa à medida que me permiti misturar-me a ela, em meus próprios anseios e temores.
Gostaria muito que essa história, além de divertir e fazer sonhar, oferecesse ao leitor conhecimentos acerca dos povos indígenas e as sociedades indígenas emergentes, vivenciando através das personagens o poder transformador das relações de troca e reciprocidade.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

YVY PORÃ PORAU E O RIO DE MEL livro infantojuvenil



"YVY PORÃ PORAU E O RIO DE MEL"

meu primeiro livro infantojuvenil.

Texto: Ângela Hofmann
Ilustrações Dane D'Angeli.
Editora Mediação, 2014.


Capa e contracapa
 " Para este projeto busquei a produção de pinturas gestuais impregnadas de emoção e poesia para servirem como pano de fundo para as personagens principais viverem a intensa história de amor, generosidade e gratidão que permeia as páginas do livro."  
Dane D'Angeli, artista plástico, designer gráfico e  ilustrador.



A história deste livro se passa em Yvy Porã, um povoado formado por pessoas vindas de várias aldeias indígenas que haviam perdido seus parentes.

Com o passar dos anos, devido a uma crença espalhada na região, o que antes era abundante passou a ser para eles pouco e escasso. Quase nada tinham, quase nada sabiam, quase nada queriam, nem mesmo conseguiam mais ter seus filhos.

Dentre as mulheres, Jaci, certa noite, teve um sonho com um pequeno animal que indagava a ela onde estavam as crianças. Seu esposo Rayra então lhe pediu “teçá”, “olhos atentos”, pois uma mensagem importante parecia ter chegado para todos os que lá moravam. 

E foi assim que Yvy Porã se transformou em
 Yvy Porã Porau...

 O sonho de Jaci



  “Yvy Porã Porau e o Rio de Mel” trata de temas pertinentes a todos nós brasileiros, como as sociedades indígenas emergentes, as relações de reciprocidade e trocas, a comunicação com os demais seres da natureza, e o resgate da identidade e da memória ancestral como continuidade da sobrevivência dos povos e do próprio planeta.

Ibotirama: detalhe da ilustração interna

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Banho de Rio

Com Marília Trindade Barboza 



NA FEIRA DO LIVRO DE POA...

Germinando a ideia de banhar-me no Rio de Janeiro literário, durante a 59ª Feira do Livro de Porto Alegre:
após encontro com a escritora Ninfa Parreiras, ouvi a palestra de Marília Trindade Barboza sobre a história do samba, que também é a história do Rio, que é a história feita pelo negro: "Coisa de Preto".



Foi sob esta leitura que aterrissei na cidade maravilhosa, no dia 19.


RIO DE JANEIRO, novembro de 2013. Fui.

Editora & Fundação Cultural
Santa Teresa, RJ

Encontros Literários no "Novo Nicho pra Santa",
 
coordenados por Ninfa Parreiras na Casa Lygia Bojunga.




A obra premiada de Lygia Bojunga, 
e o tão desejado encontro com a escritora em sua casa. 
Gratidão. 













BIBLIOTECA POPULAR MUNICIPAL MACHADO DE ASSIS
Botafogo.

 



CASA DA LEITURA, Laranjeiras.
Sede do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (PROLER) 









CÁTEDRA UNESCO DE LEITURA
PONTÃO DE CULTURA PUC - RIO
Encontro com a escritora Marina Colasanti 
Coordenação de Benita Prieto.
Convidados: Marina Colasanti, Stella Maris Mendonça e grupo Confabulando, de Maria Clara Cavalcanti e Ana Cretton. 

Marina Colasanti

Com Marina Colasanti

Integrantes da Cátedra UNESCO de Leitura
e Pontão de Cultura PUC - RJ.

Com Lúcia Morais, Arlene Costa,
Benita Prieto, Stella Maris Mendonça
 e Sol Mendonça.



PÓLO CONEXÃO LEITURA e LIVRO DE RUA
Estudantes e escritores de literatura infantil e juvenil, 
no Forte de Copacabana. 

Com Ruth Leite e Agostinho Ornellas.


Para que servem os livros 
Com Pedro Gerolimich, Lúcia Morais e Sol Mendonça.












 
Pólo Conexão Leitura e Livro de Rua
Forte de Copacabana.





Com Ruth Leite, escritora e artista plástica




ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS 






 Espaço Machado de Assis 












A foto da casa em que morou Machado de Assis,
no Cosme Velho...






...homenageada por Olavo Bilac em 1909, em "A Casa".












MUSEU NACIONAL - RJ
Quinta da Boa Vista 



       


Pré-história: cerâmicas amazônicas




ACOLHIMENTO






AMIGOS Lorena e Theo
que me acolheram na sua casa em Laranjeiras.













quinta-feira, 14 de novembro de 2013

“Antes do Passado”, quarenta e dois anos depois


Li “Antes do Passado”, da jornalista gaúcha Liniane Haag Brum. 

Trata-se de uma obra composta por uma investigação que dura uma vida, a da autora, em busca de recompor a história de seu tio paterno, Cilon Cunha Brum, dado como desaparecido político em 1971, na guerrilha do Araguaia. A pertinência do tema para a sociedade brasileira e a qualidade literária da obra foram motivos dentre os quais seu projeto fora um dos contemplados com a Bolsa FUNARTE de Criação Literária, no ano de 2010. 

Com Liniane Haag Brum (Blog). Porto Alegre, 2013.
Mais do que a recuperação do percurso histórico de Cilon Cunha Brum, o Tio Cilon, a obra revela o nascimento de uma mulher desbravadora, a presença de uma mãe firme, a ausência de alguém amado na família. Trata do vazio provocado pelo roubo que fizeram nas suas vidas e da tarefa pessoal assumida pela autora de reconstituir a história de antes. Uma história que é de cada brasileiro também.

Frente às buscas nas delegacias por notícias de familiares desaparecidos durante as perseguições por parte da ditadura militar, os arquivistas tinham uma única resposta: “Nada consta”. Nenhum dado, nenhum registro, seus nomes nem sequer constavam nas listas. Como? Liniane, em sua investigação obstinada, partindo dos poucos indícios sobre a história de Cilon, foi conhecendo do quê a ilegitimidade era capaz para se impor neste país. Ainda hoje, sem estar sob o jugo dos militares, o povo camponês do Araguaia sofre com o trauma da tortura direta do exército em busca de algumas dezenas de jovens que, entre as décadas de sessenta e início de setenta, construíam uma experiência peculiar de educação popular em meio à mata amazônica. O medo de falar sobre os acontecimentos prevalece na região. O que mudou?

O Brasil continua conservando mentiras que lhe impedem de amadurecer. “Antes do Passado” é um livro que trata da recuperação da verdade, pois muito consta para se trazer à tona nessa história.

O tempo não permitiu mais que a Vó Lóia, mãe de Tio Cilon, acompanhasse as descobertas de Liniane nas cartas a ela endereçadas. Esse é o tempo vencido de cada um. Mas há o tempo que não se vence. O tempo testemunha.
Por Angela Hofmann, nov / 2012.


 
Antes do Passado - 
O silêncio que vem do Araguaia
Liniane Haag Brum
Arquipélago Editorial
2012





quinta-feira, 7 de novembro de 2013

“Adormecida: Cem anos para sempre”

Editora 8INVERSO, 2012.
"Outro comentário muito bonito, poético, de Angela Hofmann, sobre Adormecida: cem anos para sempre. Gente, depois dizem que o leitor é receptor passivo! Jamais. O leitor sempre descobre coisas que o autor jamais pensou em dizer... seja em palavras ou em artes:"  
Paula Mastroberti  (Facebook).


Comentário para “Adormecida: Cem anos para sempre”.
Para sempre. Nem por isso igual.

O que dizer do que vejo nestes acontecimentos em mim refletidos? O que ponderar? É possível entender o porquê disto? Seria ambição demais para mim, uma simples criatura. Mas o que vejo... Ah! Isso sim! Posso afirmar que vi! Do quê em mim se insinua, mesmo que para ti, Príncipe, seja obscuro, sou testemunha fatal. Dos ciclos, da eternidade, do vazio... Quando fôra mesmo que adentraste o castelo, a caverna vaginal? Achas mesmo que a história se repetiu por causa de tua presença? Ou apesar dela? Pois que a bela renascia...

Num reino encantado nasceu um bebê, uma bela menina, que em todos despertava as melhores qualidades!  Crescia a menina, mas antes de alcançar sua maturidade foi adormecida por um feitiço implacável, devido a um dom desconsiderado. O feitiço foi lançado: teria que ferir-se num fuso! Nada vence uma feiticeira... Nada! Ninguém!, com estas palavras a feiticeira selou o destino que se consolidaria.

Príncipe, quando percebeste que os portões do castelo estavam abertos e aventastes fugir e abandonar aquela  sorte, surgiu, bem a sua frente, a possibilidade do amor. Mas o que viste era ainda uma criança, uma mulher em flor...  Não foste embora. Tu ficaste porque precisavas desta história para te libertar também. Libertaste a ti mesmo, mas não libertaste a história. O castelo continua no mesmo lugar, o tempo não foi interrompido. São cem anos, o que durará este ciclo de vida, e durará para sempre. Se a história voltava a se se repetir, como afirmavam as zelosas Fadas Madrinhas, é porque a Princesa já fora despertada dantes e tornava a ser um bebê! O castelo é destruído para quem vive o seu feitiço. Mas continua intacto até o próximo enfeitiçado. Uma história que se vive de dentro para fora.

Bela estava fadada a deixar de ser uma menina e transformar-se em tempo de espera: no fuso, a morte. A morte de quem era. Junto, vinha a promessa de reviver. A  menina se perdera, a infância morrera. Quase uma violação, o corpo que mudava pedia passagem. Assustadores instintos e forças subterrâneas invadiam o sexo. A latência se despedia.

A história não se repetirá se o feitiço for quebrado. O que é quebrar o feitiço nesse caso? Selar a vida nos lábios da adormecida integrando e sensualizando a criança? Sair do castelo assumindo tua vida real - de fato, unindo-te à mulher, tua descendência te traria poder e imortalidade. Aceitar o convite de amar até as últimas consequencias do inferno, oferecido pela feiticeira? 

A caverna está disponível, e o que ela revela é particular para cada estrangeiro, lidando com seus próprios fantasmas. Com sua própria morte. Morte do explorador, morte do andarilho para se tornar um homem. Todos estão mortos ou dormem?, tu te perguntavas. E o ciclo se repete, infinitamente, quantas vezes houver uma mulher ou um homem. Enquanto houver adormecida-bruxa e um estrangeiro-príncipe. Para ti ainda há muito que percorrer, Príncipe! Há que integrar em ti mesmo a mulher que despertaste, sem te perder em dualidades, ir além do bem e do mal.  Nem adormecida, nem bruxa. No fuso, a fusão, da menina em mulher, da ingenuidade à sabedoria. Inocentar a ti mesmo pelo fogo que te consome.

Disto “eu” sei porque reflito... me fitas todos os dias, me chamas de espelho.


Por Angela Ariadne Hofmann, dez / 2012.

...
 Adormecida: Cem anos para sempre”. A ed. 8INVERSO quebra o feitiço de mais de vinte anos do livro de Paula Mastroberti, revelando a princesa contida na feiticeira: 
“meu interesse pelos contos de fadas jamais arrefeceu, nem mesmo na adolescência, etapa em que, em geral, renegamos as preferências infantis.… fui uma estudante de Artes destoante, avessa aos conceitos ainda presos a uma estética modernista nos quais eu não conseguia me encaixar.” (Paula Mastroberti).
“Adormecida: Cem anos para sempre”
Paula Mastroberti
Ed. 8INVERSO
2012

terça-feira, 29 de outubro de 2013

8° Concurso de Narrativas 2013 de Morro Reuter

Tema: "A magia do circo histórias faz lembrar..."

XX Feira do Livro e da Leitura
Complexo da SMEC, Morro Reuter-RS

Município de Morro Reuter-RS

Já há alguns anos venho prestando atenção às notícias sobre o incentivo à leitura desenvolvido no município de Morro Reuter, situado na serra gaúcha. Embora não conhecesse mais nada a respeito de sua história, este município passou a receber meu respeito, acomodando-se num lugar delicado em meu coração. Emancipado há vinte e um anos e somando desde então vinte feiras do livro, Morro Reuter recebe no mês de outubro vários escritores que vêm prestigiar sua Feira do Livro e da Leitura com o apoio do Instituto Estadual do Livro (IEL). Neste ano ocorreu a 8ª edição do Concurso de Narrativas, que recebeu e selecionou trabalhos ilustrados (educação infantil) e narrativas escritas a nível nacional, nas diferentes categorias de inscrição dos anos escolares, passando por estudantes de graduação e pós-graduação, categoria livre e categoria escritor, partindo da ideia de que o circo faz lembrar histórias.


Pouco subo a serra, e a BR 116 é uma rota raramente usada por mim que moro em Viamão e costumo ir ao Bosque de Canela subindo pela RS 020, passando pelo município de Taquara. Portanto, não tinham ocorrido até então destinos que me levassem a conhecer essa cidade. 



Obelisco de Livros:
marco do incentivo à leitura em Morro Reuter




Porém, na sexta feira à tarde, dia 25 de outubro, foi um dia especial. Subi a serra sozinha, dessa vez pela BR 116, primeiramente passando por Esteio, minha cidade natal, na região metropolitana, com destino a Morro Reuter. Com a distância de 75 km de minha casa, a viagem durou menos que duas horas. Foi ensolarada, quente, ensombreada pelo verde novo dos plátanos que brotaram na entrada da primavera. Logo após o município de Dois Irmãos, chego a uma placa que anuncia a Feira do Livro: entrada à esquerda da faixa. A primeira alegria foi ver o pórtico que acolhe os visitantes. Ah, parei para tirar algumas fotos.



Cheguei mais cedo, visitei a feira, verifiquei os livros. Levei uns presentinhos meus de Viamão à comunidade morroreutense: uma cestinha do povo Mbyá-Guarani, trançada na aldeia da Estiva, e o livro Povos Indígenas e Educação, no qual participo com um artigo, os quais foram entregues à Secretaria Municipal de Educação e Cultura, para que componha o acervo da Biblioteca Pública Érico Veríssimo.


Desde 1993. Álbum 2013


Estandes da Feira


Na sequência da programação, participei da inauguração do Memorial da Feira do Livro e da Leitura, na presença das autoridades locais, artistas, professoras, escritores, e a assessora do Programa Entre Estrelas e Letras, Dr ª Juracy Assmann.



Inauguração do Memorial da Feira do Livro de Morro Reuter
Percebi rapidamente que a história das feiras do livro confundia-se com a própria história do município e seus vinte e um anos de existência: são vinte feiras do livro! Durante as falas das testemunhas desta trajetória, percebi que eu também participava desta imbricação, pois o texto que inscrevi no concurso de narrativas 2013, só passou a existir para mim através da provocação lançada pelo próprio concurso. Não havia escrito anteriormente nenhuma história com o tema do circo, ou mesmo criado personagens semelhantes. Desafiada, percorri em mim lembranças foscas dos circos pequenos que acampavam e se apresentavam também numa cidade pequena como era a minha, Esteio. O estilo de vida circense se instalava em algum terreno baldio do município e lá ia a criançada curiosa procurar saber o que eles tinham de tão diferente da nossa pacata rotina familiar. 

Escrevi uma narrativa para esse concurso, inspirada por ele mesmo. Deixei as imagens brotarem, descartei as prematuras, conversei com as lembranças, despertei os encantamentos, reconciliei-me com as decepções. Por fim reuni e acatei as ensinanças do tempo, pois lá se foram algumas décadas de vida. Desta feita, nasceram dentro de mim dois personagens, cada um com sua história e sua vida, mas também imbricados um na história do outro. Com eles sonhei, me diverti e me emocionei. Pari uma metáfora que, confesso, doía um pouco enquanto a escrevia. Dor de escritor é meio diferente, dor de algo que se tira de dentro, sem se tirar de verdade. Algo que se revela, algo que se põe e se mostra. Uma história é gestada e parida; acontece na frente da gente, como um  filho. Para mim, esse pedaço que se tira de dentro e que também nos ajuda a conhecer um cadinho mais do que se é feito mesmo, vem travestido na vida dos personagens gerados na profusão da mente do escritor. 

Essa história foi inscrita na Categoria Livre do concurso, onde poderia se inscrever quem não fosse atualmente estudante e que não tivesse livro publicado na área da literatura. Na sexta à noite ocorreu a comunicação oficial dos resultados e a celebração de premiação. Minha narrativa "O Menino e o Palhaço", foi contemplada em primeiro lugar na sua categoria.


Premiação da Categoria Ilustração aos alunos da educação infantil.
Secretário de Educação e Cultura, Vice-Prefeito, Prefeito Municipal e Dr ª Juracy Assmann. 


1° Lugar na Categoria Livre,
8° Concurso de Narrativas de Morro Reuter.
 Com a Dr ª Juracy Assmann Saraiva.

 Agora "O Menino e o Palhaço" aguarda mais um tempo antes de ser divulgada, pois pode vir a ser publicada como um livro ilustrado. 


LINKS